RESUMO FINAL MOSTRATEC - CSA

Palavras-chave: Urucum; tinta; sustentabilidade; hidrossolubilidade e Bixa orellana L.

A justificativa principal desse projeto de pesquisa reside no fato de desenvolver uma tinta biodegradável ao ambiente, uma vez que os reagentes, utilizados para desenvolver esses materiais, geralmente são de baixa solubilidade e de difícil reciclagem em condições ambientes. Decidimos começar esse projeto porque alguns de nossos professores mencionaram algumas vezes, em sala de aula, sentir um odor muito forte e irritante oriundo do pincel para quadro branco. Diante dessas afirmações, resolvemos pesquisar um novo material que pudesse substituir as tradicionais tintas a base de solventes voláteis por materiais a base de água, e dessa forma desenvolver uma tinta hidrossolúvel com propriedades físico-químicas similares às das tintas comuns, porém utilizando uma rota química alternativa, com a diminuição ou erradicação de reagentes nocivos à saúde humana e ambiental. Dentro das nossas discussões, levantamos algumas hipóteses que, ao logo do projeto de pesquisa, foram sendo avaliadas, tais como: utilizar a semente de Bixa orellana L (urucum) para extração de pigmentos, e ainda estabilizar o pigmento a fim de torná-lo estável em preparações com solvente a base de água, preservando a homogeneidade em solução, e se caso isso fosse possível, poder-se-ia padronizar a viscosidade e a aderência da tinta de urucum à superfície de aplicação desejada e por fim reduzir os riscos à saúde de quem manuseia a tinta de urucum. Resolvemos assim que o nosso principal objetivo e objeto de pesquisa seria desenvolver uma tinta para quadro de sala de aula, com pigmentos naturais, cuja síntese não apresente, unicamente, reagentes de alta volatilidade e/ ou elevado índice de toxicidade à saúde de professores. Quanto aos ensaios experimentais, realizamos extrações do pigmento em diferentes solventes, estabilizamos o material obtido das extrações em meio salino e aquoso, fizemos ensaios de adesão da tinta de urucum em superfície polida e madeirada, analisamos espectros de Uv- vis para verificação da presença do pigmento responsável pela cor da tinta, cultivamos em meio ágar-ágar unidades de colônias fúngicas, a fim de verificar processos de decomposição do pigmento com e sem a presença de leveduras do kefir (Lactobacillus kefir). Os resultados revelaram que o extrato de urucum obtido a partir das sementes do fruto são compatíveis com outras tintas já difundidas no mercado e que é possível estabilizar os pigmentos das sementes em pH ( potencial de hidrogênio) próximo da alcalinidade com considerável diminuição da ação de agentes decompositores, tais como: fungos. Considerando os resultados, o grupo conseguiu, portanto, concluir o objetivo principal do projeto, pois foi elaborada uma tinta hidrossolúvel sem tantos compostos químicos prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente, contribuindo para ações mais afirmativas em sustentabilidade e saúde pública.

Autores: Anna Bichuette, Maria Fernanda e Vitor Jorge.

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